A prática pedagógica e o uso das tecnologias de Informação no contexto escolar
Somos sabedores que, no Brasil, desde a última década,
configura-se uma nova forma de pensar a educação em que os papéis de ensinar e
aprender se redefinem. A interação dos alunos e o uso das tecnologias nos
coloca diante de uma nova forma de pensar e aprender, através da qual eles se
conectam com o mundo de uma maneira distinta de décadas passadas. Nossos alunos,
em geral, dominam as TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) de uma
forma muito mais dinâmica: ao mesmo tempo, falam em IPhones, acessam seus
notebooks, ouvem músicas em IPod’s e ainda interagem com diversas pessoas ao
mesmo tempo através das redes sociais. Ao meu ponto de vista isso se torna um
desafio grande para a escola, para onde os alunos também levam todas as
informações adquiridas. Como, então, transformar tais informações em
conhecimento, de modo a permitir que os alunos efetivamente aprendam? Revendo
as diversas concepções de aprendizagem, explicadas por vários autores, é fácil
perceber que todas sempre buscaram responder a essa pergunta. Aristóteles dizia
que a pessoa necessita de experiências ao longo da vida para que desenvolva o
aprendizado. Dessa forma, o professor é quem detém o conhecimento. E essa
concepção perpassou por séculos, subsidiando pensamentos de outros pensadores. Paulo
Freire defendia que educar não é somente “depositar” conteúdos na cabeça dos
alunos, processo denominado por ele como “Educação bancária”. Essa ideia supera
concepções anteriores, em que o professor era visto como único protagonista do
saber. Contribuições de outros autores, como Vygotsky, nos levam a perceber que
a aprendizagem se dá através do contato com o outro e com o próprio
conhecimento. Nesse processo, o professor é visto como o facilitador da
aprendizagem. Atualmente, então, pode-se dizer que, para que toda informação
disponível seja transformada em conhecimento, o professor deve enxergar as
potencialidades que as novas TICs trazem, facilitando o desenvolvimento de
competências e habilidades em seus alunos, pois estes já chegam à escola com o
pensamento estruturado, propiciado pelo acesso às tecnologias, que permitem que
eles interajam com vários assuntos. Portanto, o acesso à tecnologia dentro do
ambiente escolar deve ser priorizado para que o aluno não se sinta deslocado
daquilo que, para ele, já é algo naturalizado. Então, aquele docente que não
incorporar as potencialidades das novas TIC’s à sua prática pedagógica,
reconhecendo a nova concepção de aprendizagem, terá abismo entre ele e
seus alunos. De uma forma geral, sabemos que a formação inicial não prepara o
docente para essa nova tendência. Assim, cabe ao próprio professor se preparar
para lidar com a linguagem das novas tecnologias e aplicar significado nas
salas de aula, integrando-se à nova realidade. Para isso, o investimento em
cursos de formação torna-se essencial, bem como pesquisas constantes na área.
Agindo nesse sentido, o educador poderá investigar suas práticas e verificar de
que maneira elas contribuem para a formação de cidadãos críticos e
participativos. Entretanto, o maior desafio para a escola, é que o professor
seja criativo e inovador, em busca de novos conhecimentos. Precisamos romper com
metodologias que não reconhecem o aluno como protagonista de seu próprio
conhecimento. Como Paulo Freire já nos falava, é preciso que os alunos se transformem
“em reais sujeitos da construção e reconstrução do saber ensinado, ao lado do
educador, igualmente sujeito do processo”.
“É necessário aos professores dominar a linguagem informacional,
habilidade de articular as aulas com as mídias e multimídias, as lógicas e
modos de lidar com o conhecimento das tecnologias”.
Abraços
Carla Izabel Weber
Coordenadora do NTM - Estância Velha - RS
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